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domingo, 27 de outubro de 2013

Casa: a pequena história de uma idéia


Resenha baseada no capítulo 10 do livro “Casa: a pequena história de uma idéia”.

A definição de conforto está diretamente ligada a fatores relativos que podem variar em diferentes contextos. Isso passa desde uma determinada época, cultura, lugar, ou mesmo de acordo com o individuo que busca seu bem estar.

Desde os tempos mais antigos, as pessoas buscam um certo conforto  que atenda suas necessidades básicas presentes, e que seja capaz de fazer bem à elas. No entanto, isso não era bem uma prioridade no modo de vida das civilizações mais antigas que viviam uma adaptação mais natural às condições presentes em suas épocas, vivendo assim como se podia.

A busca efetiva pelo conforto e bem estar teve seu inicio a partir dos últimos séculos. Nesse período a definição de conforto vem sofrendo uma metamorfose drástica seja ao longo de curtos espaços de tempo ou ao longo de períodos maiores. O modo de vida com que as pessoas vivem  seu presente tem tudo a ver com o que elas acreditam ser bom ou ruim a elas.

Para muitos, o conforto está relacionado ao luxo, para outros, o mais importante talvez seja a devida organização de seu espaço ambiente para que o mesmo possa fazer com que o usuário se sinta a vontade.

Este segundo fator não se limita somente a espaços domésticos, e abrange todos os locais em que o individuo frequenta como o trabalho, a igreja, escola, bar ou qualquer outro lugar.   A organização de tais espaços também deve passar por fatores que influenciam no comportamento das pessoas como, temperatura, espaço físico, iluminação, cor das paredes etc.

De tempos em tempos, o comportamento das pessoas mudam de acordo com as novas tendências do momento. Novas modas surgem e afetam a maneira de como cada pessoa se encontra e se vê dentro de um determinado espaço. Em um certo momento por exemplo, a cozinha era vista como um espaço que pudesse ser o mais pratico possível com todos os artefatos acessíveis ao menor espaço possível. Nos dias de hoje, tal compactação deste  pode causar um desconforto considerável devido aos diversos elementos presentes.

Atualmente, podemos perceber a que busca pelo conforto tende a proporcionar ambientes cada vez mais personalizáveis e interativos, com moveis que possuem uma ergonomia ajustável e locais que possibilitam um controle sobre a iluminação e temperatura, o que faz com que o usuário possa se enquadrar da melhor maneira possível, conseguindo assim alcançar o seu bem estar.

Contudo, o conforto, apesar de possuir uma definição relativa e complexa, pode ser definido basicamente como o modo em que um indivíduo se sente bem ou não em um determinado local. A partir das sensações vividas por cada pessoa, é possível alcançar um nível satisfatório de conforto e bem estar.

Com base em dados gerados a partir destas sensações é possível para os arquitetos projetar espaços cada vez mais agradáveis, que possam ser ao mesmo tempo esteticamente bonitos, confortáveis e que além de tudo sejam totalmente funcionais se adequando às necessidades do usuario.

Play time: tempo de diversão - Resenha crítica


Jacques Tati traz de volta o personagem Monsieur Hulot, que, com suas coreografias cômicas encantadoras, passeia pela Paris pós-moderna dos anos 60. Seu jeito inocente de observar as coisas acaba criando confusões hilárias entre os turistas que visitam a capital francesa. O filme é uma feroz crítica à arquitetura e aos costumes da pós-modernidade, porém feita com muito humor. Esta é a mais cara produção de Jacques Tati. Em Play Time, Tati construiu praticamente uma cidade, com restaurantes, farmácias, prédios comerciais e até aeroporto

Em Play Time: tempo de diversão,  Jacques Tati faz uma inserção de seu protagonista a um novo espaço que oferece de todas as maneiras possíveis, novidades que provocam as mais diferentes reações. Tais espaços promovem uma interação com o usuário que necessita a cada momento, estar atento aos próprios passos.  

Nos dias de hoje, é difícil que alguém que viva cercado de tecnologias se surpreenda de maneira mais explicita  à certas novidades por mais impactantes que possam ser, mas na época do filme em questão, o personagem  observa tudo que não lhe é familiar com minuciosa atenção. Era um tempo em que novas tecnologias eram incorporadas diretamente aos locais de trabalho que viviam uma revolução na organização de seus espaços.

Os grandes espaços urbanos também passavam por uma notória mudança impulsionada pelo uso em larga escala de vidro nas fachadas e interiores dos grandes edifícios. A busca por  formas arquitetônicas simples era um dos pontos chave da época que tinha grande preocupação com a parte visual dos ambientes apesar que o uso de cores fortes eram quase inexistentes.  Os espaços ainda seguiam uma certa padronização, evidenciada principalmente nos locais de trabalho.

Essa visão dos espaços juntamente com  a incorporação dos novos equipamentos, ocasionava certos problemas já que a maioria das tecnologias eram de difícil manuseio.  Uma simples mudança de andar por meio de elevadores poderia se tornar um caos em meio a inúmeros botões. O uso efetivo das novas tecnologias parecia indispensável, mas exigia por parte dos usuários, um aprendizado prévio. Em uma das cenas do filme por exemplo, essa dificuldade em operar certos equipamentos foi demonstrada pela falta de pratica dos funcionários do prédio que nem mesmo podiam contar com o auxilio do manual de instruções devidamente traduzido.

Os costumes da época  eram baseados em um certa padronização tanto no que diz respeito às formas de se vestir, como na aparência externa das ruas. Os automóveis da época também não possuíam grandes diferenças entre si, diferentemente da grande diversidade de modelos que vemos hoje em dia.

Jacques Tati, demonstra todos estes acontecimentos do filme de forma cômica,  o que provoca um olhar diferenciado sobre tudo aquilo que lhe é apresentado. Todo o espanto se torna diversão em meio aos problemas e soluções decorrentes das tecnologias e os novos meios de se interagir com os novos espaços.